A mobilidade elétrica vem ganhando espaço no mundo e a necessidade de lutar contra as mudanças climáticas tem proporcionado ainda mais projetos na área já que é o setor de transporte um dos mais poluentes do mundo. Contudo, além dos carros de passeios, onde se debate autonomia e infraestrutura de recarga, falar sobre a importância de um transporte público eletrificado também é necessário. Durante o painel “Meeting sobre o futuro da mobilidade elétrica no Brasil”, presente do Fórum Move em 2022, Hans Rauschmayer, da Solarize, ressaltou a importância de colocar mais modelos coletivos eletrificados nas ruas de modo a fortalecer o setor na totalidade. “A mobilidade elétrica que a gente está discutindo é muito carro pessoal modelo Tesla, que é carrão e sempre há a discussão sobre a autonomia, tem o uso compartilhado que a gente já teve, uso por empresas, mas agora eu vou provocar também: o que falta muito é a gente levar mobilidade elétrica para o transporte público. A gente tem claro metrô, bonde e algumas coisas, mas eu não estou vendo nenhum projeto para aumentar o transporte público em termos de eletricidade, em aumentar o transporte público para reduzir o transporte individual e levar também a população que precisa realmente reduzir o custo do transporte público e a eletricidade, pois ela permite reduzir o custo para cada pessoa” explica Hans. Quem também comentou o assunto na ocasião foi Adalberto Maluf, presidente da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE). Ele afirmou que os números dos carros elétricos estão crescendo significativamente durante os meses, contudo o país está aquém do que realmente poderia estar produzindo já que ele possui um grande potencial para a tecnologia e isso impacta também na produção de mais ônibus de forma coletiva. “Eu não posso deixar de compartilhar um pouco da minha frustração do Brasil não está ali crescendo em sua potencialidade de tudo aquilo que a gente poderia por ter uma matriz limpa, por ter um parque industrial consolidado, por já ser o líder da fabricação de ônibus no mundo. Então era nada mais natural que a gente virasse o líder de ônibus elétrico. Já foram vendidos mais de três mil ônibus elétricos na América Latina e um apenas foi exportado do Brasil. Isso mostra que tem alguma coisa errada em algumas áreas e espero que a gente entenda isso para poder superar” explica Maluf.A boa notícia é que o Brasil finalizou o ano com quase 50 mil unidades elétricas em circulação nas ruas do país e a tendência é bastante positiva tanto para o mercado de passeio como para os utilitários e de grande porte como para transporte coletivo. Para a ABVE é possível encontrar um copo meio cheio do país e já é possível perceber novos modelos de negócios para o futuro a fim de melhorar os números. Fonte: Canal MOVE
