Barreira regulatória e transporte ainda são desafios do setor de Hidrogênio Verde no Brasil

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Setor possui um grande potencial de produção, contudo ainda sofre com obstáculos que travam seu crescimento

A produção de energia limpa através do hidrogênio verde ainda é tímida no mundo contudo vem ganhando cada vez mais incentivo a fim de suprir a demanda energética renovável que ele precisa. Dados da Agência Internacional de Energia (IEA) mostram que ao todo 990 projetos já estão em desenvolvimento e ao menos 67 países já contam com algum tipo de iniciativa da área. O Brasil, por exemplo, possui quatro deles.

Contudo, embora os números se mostrem positivos, o hidrogênio verde brasileiro ainda sofre com alguns desafios. Durante a Smartie Cities Brasil realizada este ano, especialistas do setor debateram o assunto e destacaram os principais obstáculos da produção até aqui.

De acordo com Mayra Guimarães, da Thymos Energia, o principal desafio hoje está relacionado a barreira regulatória. Segundo ela o país ainda está engatinhando para obter uma regulação bem estruturada a fim de garantir o crescimento da fonte.

“Eu acho que nós temos algumas barreiras, sendo a primeira a regulatória. A gente ainda está caminhando, engatinhando aqui no Brasil para poder ter uma solução e um arcabouço regulatório bem estruturado para o desenvolvimento bem estruturado de hidrogênio verde ou da cor que for. Então eu acho que a gente já tem alguns desafios regulatórios e ambientais” afirma ela.

Guimarães ainda comenta sobre outro desafio bastante importante e que não é só exclusividade do Brasil, mas sim do mundo todo que é o transporte do hidrogênio verde. De acordo com ela a produção brasileira, em específica, está localizada bastante no norte e nordeste do país o que dificulta o transporte uma vez que seria necessário deslocar as plantas ou equacionar a questão do transporte ao comprador.

“Tem o desafio do transporte que eu acho que é um desafio para o mundo todo, porque pensando no Brasil especificamente a nossa capacidade de geração de sobra renovável está muito localizada no norte e nordeste, tem algumas coisas aqui no sudeste, mas está muito focalizado lá. Então a gente teria que ou deslocar essas plantas de amônia, ou quem vai comprar esse hidrogênio para a próximo desse gerador ou de alguma forma equacionar a questão do transporte seja via dutos compartilhados com gás natural ou qualquer outra solução que for encontrado no meio do caminho” explica a especialista.

Quem também comenta o assunto é Ricardo Ferracin, da empresa Nova Engevix. Em sua visão além da barreira regulatória, o setor de hidrogênio verde no Brasil também sofre com os custos dos equipamentos, bem como questão de operação e manutenção. De acordo com ele ainda faltam pessoas especializadas em hidrogênio, ou seja, recursos humanos.

“Como que você vai trazer fábrica para cá se você não tem gente inteligente que saiba fazer. Eu não estou falando de ter mestrado ou doutorado não, estou falando do técnico qualificado. Na Alemanha onde eu tive oportunidade de conhecer o técnico recebe muito bem, não é só doutor ou engenheiro, pois o que ele precisar saber precisa ser valorizado e o Brasil é um país que não faz isso. Aí nós estamos falando de uma questão cultural” finaliza.

O debate completo sobre o assunto pode ser acessado no Canal do Grupo FRG Mídias & Eventos no YouTube através do link: https://www.youtube.com/watch?v=v-M6HlXhbwM


Fonte: Canal Move

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