Aproveitamento energético de resíduos deveria ser mais utilizado em frotas de serviços públicos

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Especialista da EPE reforça demanda energética do poder público e potencial de oferta de energia através dos resíduos sólidos para eletromobilidade.

A produção de energia através do waste energy já vem trazendo oportunidades para a eletromobilidade no mundo. O assunto foi destacado durante o Fórum de Valorização Energética, no início de julho. Luciano Basto, especialista da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), reforça que a disponibilidade tecnológica é conhecida no país há um tempo e que cada vez mais a presença de veículos elétricos fazem parte do cotidiano dos serviços públicos.

Basto comenta que a utilização de carros elétricos de forma pública, como caminhões de coleta de lixo, assim como ônibus elétricos e outras frotas, fazem parte do custo total, ou seja, a metodologia que envolve a operação já foi estudada e aprovada pelos tribunais de contas dos municípios e estados brasileiros onde os veículos já estão sendo utilizados.

“Então essa possibilidade de barreira que existia nos tribunais de contas que não tinham aprovado ainda já está vencida e essa mesma lógica de custo total pode ser ampliada para abranger a fonte energética” explica o especialista.

Aproveitamento energético do lixo poderia reduzir dependência diesel, diz especialista

O atual diagnóstico dos resíduos no país segundo Basto diz que é preciso demonstrar a inviabilidade do reaproveitamento do resíduo para enterrá-lo nos aterros sanitários. Já a demanda energética do poder público e seu potencial energético através dos resíduos é bastante significativa uma vez que a energia gerada a partir deles é capaz de alimentar boa parte do transporte municipal brasileiro, principalmente se o mesmo investir em modelos elétricos.

“A energia proveniente do lixo é passível de ser absorvida pela demanda energética do setor público, do poder público ou dos serviços públicos. É importante colocar que a emissão do diesel é um pouco mais de 2,6 kg de CO2 por litro e que ao aproveitar a energia através dos resíduos nós estaremos mitigando cerca de 7 kg de CO2 por metro cúbico, o que é da ordem de 10 kg de CO2 por litro de diesel consumido. Nisso, em 20 anos significa cerca de um milhão de toneladas de CO2” afirma Basto.

O especialista destaca que o país hoje gasta um valor alto na importação do diesel, sendo o que mesmo poderia ser substituído pelo aproveitamento energético dos resíduos sólidos de saneamento básico, por exemplo.

“O diesel corresponde a mais da metade ou 40% da importação do Brasil em diesel. Isso é importante considerar porque nós estamos proporcionando uma importação pelas cidades de um produto que é caro e é poluente quando poderíamos estar direcionando para o aproveitamento energético dos nossos resíduos resolvendo as questões de saneamento e a verdade é que hoje já existem tecnologias tanto para conversão como para utilização” reforça Basto.

Brasil tem hoje mais de 90 mil carros eletrificados

O uso de carros elétricos pelo poder público faz parte do boom no crescimento de carros elétricos que o Brasil teve no último ano. Apesar de ainda ser um número baixo se comparado a outras potências mundiais, o setor teve um crescimento significativo e deve fechar 2022 com mais de 100 mil carros eletrificados.

Quem afirma é a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), a qual divulgou recentemente que só em junho mais de 4 mil veículos elétricos foram emplacados e hoje o país já soma 97.569 veículos.

Fonte: Canal MOVE

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