Hidrogênio na indústria automotiva: uma solução para a descarbonização global

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Especialista da HYFIT, trouxe à tona percepções valiosas sobre o potencial do hidrogênio na indústria automotiva e seu impacto na logística e descarbonização durante Fórum Hidrogênio

Bertrand Ciavaldini, especialista da HYFIT, trouxe à tona durante o 4º Fórum Hidrogênio valiosas percepções sobre o potencial do hidrogênio na indústria automotiva e seu impacto na logística e descarbonização. Com experiência na Europa, China e Brasil, ele apresentou um panorama abrangente sobre a aplicação do hidrogênio como vetor de energia limpa.

O especialista destacou que a transição energética requer soluções que não apenas descarbonizem processos, mas também assegurem a autonomia energética de fábricas e sistemas logísticos. Ele exemplificou com projetos já implementados na Europa, como uma estação de estocagem de hidrogênio na ilha de Córsega, conectada a uma planta solar e à rede elétrica local.

Essa experiência pioneira em uma ilha com sistema elétrico frágil foi essencial para demonstrar como o hidrogênio pode garantir estabilidade e reduzir emissões. Além disso, ele mencionou a conversão de barcos e caminhões movidos a diesel para sistemas híbridos ou totalmente alimentados por hidrogênio, mostrando o avanço da tecnologia de retrofit no setor de transporte.

O Brasil e as oportunidades com Hidrogênio

No Brasil, Bertrand participou de um projeto em março que visava adaptar fábricas automotivas para o uso de hidrogênio. Ele explicou que a introdução de hidrogênio nos processos industriais pode começar com pequenas porcentagens (20%) nos equipamentos existentes e, gradualmente, avançar para a substituição total por sistemas 100% compatíveis com H2.

Segundo ele, essa transição não apenas reduz emissões, mas também melhora a autonomia energética local, especialmente em contextos onde a confiabilidade da rede elétrica é um desafio. "Com a produção local de hidrogênio, as fábricas podem operar de forma mais independente e sustentável", afirmou.

Sobre desafios e benefícios na indústria Automotiva, Bertrand ressaltou que a aplicação do hidrogênio na indústria automotiva vai além dos veículos. O hidrogênio pode ser usado para descarbonizar toda a cadeia logística, desde a produção até o transporte de mercadorias. Ele citou como exemplo a Renault, que já possui versões térmicas e híbridas de veículos fabricados em Curitiba, com potencial para evoluir para modelos movidos a hidrogênio.

Além disso, os fornecedores de componentes automotivos no Brasil também podem desempenhar um papel importante na oferta de soluções que favoreçam a descarbonização, como veículos de transporte de carga movidos a hidrogênio. Essa iniciativa é estratégica para exportações, considerando a crescente exigência internacional por produtos com menor pegada de carbono.

Outro ponto abordado foi o desafio das emissões no transporte marítimo. Ciavaldini mencionou projetos de descarbonização de navios por meio do uso de metanol e outras tecnologias de combustíveis alternativos. Para ele, o hidrogênio é uma solução complementar que pode ajudar a reduzir as emissões na cadeia logística até os portos.

Por fim, o especialista encerrou sua apresentação enfatizando que o hidrogênio é mais que uma alternativa energética: é uma peça-chave na transição para um mundo mais sustentável. Ele defendeu a necessidade de ampliar a colaboração internacional e os investimentos em pesquisa para superar barreiras técnicas e econômicas.

A palestra completa pode ser acessada pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=RrkrebYOj88.

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